Arroz doce de tarde chuvosa se faz assim. Duas xícaras de arroz na panela, uma colher de sopa de manteiga, uma xícara de açúcar (ou duas se vc for formiga), seis xícaras de água, cravo e canela e meio limão. Cozinha por 20 minutos e acrescenta uma...

Arroz doce de tarde chuvosa se faz assim. Duas xícaras de arroz na panela, uma colher de sopa de manteiga, uma xícara de açúcar (ou duas se vc for formiga), seis xícaras de água, cravo e canela e meio limão. Cozinha por 20 minutos e acrescenta uma caixinha de creme de leite e um saquinho de coco ralado. E serve quente, com canela em pó.

Uma cadela, dois gatos (um macho e uma fêmea), três peixes (transexuais) e duas codornas (meninas). Esta é a fauna doméstica que abrigo em meu lar. Dos 8 animais o único que dá algum trabalho - que vá além de alimentar, limpar e amar - é o cão. Os...

Uma cadela, dois gatos (um macho e uma fêmea), três peixes (transexuais) e duas codornas (meninas). Esta é a fauna doméstica que abrigo em meu lar. Dos 8 animais o único que dá algum trabalho - que vá além de alimentar, limpar e amar - é o cão. Os outros são bem quietinhos, praticamente decorativos.

As últimas a chegarem em casa foram as codornas, e foram inclusas na família com objetivo didático: ensinar a filha sobre alimentação. Nós já temos ervas e às vezes plantamos uns cogumelos ou tomates. É divertido acompanhar o crescimento de plantas para consumo, mas nada se compara à criação de passarinhos fofos-cuti-cutis que além de fazerem explodir nuvens de fofura no ar também botam miniovos <3.

O senhorzinho da granja nos advertiu: Elas só irão botar ovos quando se sentirem seguras. Passamos um mês inteiro cheio de ansiedade. A primeira coisa que fazíamos ao chegar em casa era checar o viveiro em busca de um presente com casca, gema e clara. Um dia e nada, outro dia e nada, mais dias e GOOGLE SOCORRO O QUE TEM DE ERRADO AQUI!?! Talvez a ração, talvez a forração, talvez o pote de água, tudo podia ser empecilho.

Até que um dia de noitinha chegamos em casa e, como de costume, fomos checar as avezinhas e: OVINHO! Lindo, redondinho, malhadinho, tão esperado que até deu dó de comer. Espalhamos a notícia aos quatro ventos virtuais e as perguntas que vieram de volta eram das mais interessantes: E agora ela vai chocar? Como botou ovo se não tem um macho? Por que não precisa do macho?

As codornas não precisam de machos para produzir e botar ovos. As humanas também podem viver bem sem, mas isso é assunto para outro post. As avezitas simplesmente fazem ovos, e caso haja um macho por perto, ele poderá fecundar (galar? codornar?) a lady codorna, que botará um ovo fecundado. Aí sim ela precisará chocar e nascerá outra codorninha. Parece óbvio, mas pelo jeito não é.

As perguntas não foram feitas pela Alice ou amiguinhas da escola dela (que fazem excursão para vir ver os bichos). Vieram de amigos adultos e marmanjos, que deveriam ter aprendido isso há algumas décadas no colégio, mas provavelmente estavam gazeteando no dia.

O que é mais doido pensar é que comemos ovos regularmente,mas nem paramos para pensar como são feitos. Agora me diz, o que mais você come e não sabe de onde vem?

Em nome do pai, do filho e da batata-doce

É complicado viver, vocês bem sabem. Aquilo que mais amamos sempre engorda, a pessoa que você quer agradar te cospe na cara e os bailes funks vivem lotados. Às vezes é difícil continuar. Muitas religiões tentam tomar as rédeas da situação e criam manuais para lidarmos com os dilemas que nos fazem sentar num canto, chorar e comer uma caixa de bis gelado em menos de 15 minutos (meu recorde).

Mas hoje em dia, quem liga para religião? São 10 mandamentos, rituais de oração com localização geográfica, regras de abate de animais e códigos de vestimenta. Bah! Que complicação. Vejo as pessoas desistindo das religiões e buscando alento e resposta em outras fontes (além da gôndola de chocolates).

Nessa modernidade doida e líquida não precisamos saber latim, já temos google. As respostas estão nos nossos dedos, nas mídias sociais, nos apps. Tudo facilmente explicado em posts com listas e memes com gatos. Em uma pesquisa de 15 segundos dá para achar o caminho da salvação. Sei quem preciso seguir, com quem me relacionar e o que fazer. A salvação pode estar em uma igreja, mas também pode estar em um jeans tamanho 38 e uma barriga musculosa, se essa for sua fé.

Há regras para ser salvo: Não comerás carboidratos, só consumirás orgânicos, fugirás do glúten. Mas me diz, qual a diferença dessas regras para aquelas, mais antigas, como: Não se alimentará de animais de cascos fendidos, não misturarás queijo com carne, não irás ingerir carne na sexta-feira santa?

Me parece que os manuais mudaram, mas continuamos cheios de dúvidas e seguimos sendo ovelhas. Nos juntando aos nossos rebanhos que comem o mesmo, vestem o mesmo e falam os mesmos dialetos. Então sigamos em frente, com #foco #força #fé e aquela caixa de bis. Amém.


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“Entre 1970 e 2000, (…) os sem religião subiram de 0,8% para 7,4

(http://www.iea.usp.br/noticias/as-mudancas-na-religiosidade-brasileira)

“Uma das grandes regras é não misturar o leite e seus derivados à carne. Sabe-se que o leite prejudica a absorção do ferro proveniente dos alimentos pelo organismo. Embora seja positivo do ponto de vista alimentar, esse não é o objetivo da prática. Quando se fala em não misturar leite e carne, os judeus praticantes separam panelas, talheres, louças e até a pia para cada um desses grupos de alimentos”

(http://www.einstein.br/einstein-saude/nutricao/Paginas/comida-kasher.aspx)

“Bom dia, pessoal! Tudo bem? Muitas pessoas me pediram aqui nos comentários para que eu falasse sobre pessoas que são “falsas magras” porque, por mais que seja mais normal as pessoas estarem acima do peso, há muitas outras que têm dificuldade em ganhar peso, ou que são magras mas têm bastante celulite, os “pneuzinhos”, corpo mais flácido, etc.”

(http://www.daquelamarombeirafamosaqueescrevemalenãovouajudaradivulgar.com.br)